segunda-feira, 20 de abril de 2009

Anomia

Prostrada estou
De braço ao peito
De coração desfeito
Do que do coração restou
e sangro infinitamente
uma dor dormente
Desta dor que se sente
Por sentir quem sou

Prostrada fico
Ébria,
Descalça
Consciente
Perante a compaixão falsa
Diante da maldade da gente

Se prostrada estou
de braço ao peito

de coração desfeito
Do que dele restou
É só porque me provoca agonia
A tamanha anomia
A que vida humana tornou!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sou...

Sou fogo puro e transparente
Sombra pálida e calada
Sou menina-mulher e não sou gente
Sou brasa ardente e apagada

Sou cinza ao vento
Sou sussurro, silencio,pensamento
Sou medo,fraqueza, sou coragem
Sou um pedaço remendado de cada momento
Sou vida,deserto,sou miragem

Sou mar salgado,rio doce
Sou musica,sou palavras,sou fado
Sou sonho, realidade
Sou candura e sou pecado

Sou cinema e fotografia
Sou amizade,amor e ciúme
Sou diferente e sou banal
Sou mulher-menina e não sou gente
Sou queixume impulsivo e intemporal

E sou vida e natureza
Sou mulher de alma portuguesa
Sou muito e tanto que nem sei
Sou esta menina-mulher e gente
Sou criança que chora de contente
Fui o que fui e o que sou,serei!

Saudade

Desinquietas-me.
Não gosto!
Sossega e acalma-me,
deixa-me ser!
Não gosto dessa dor na alma,
dessa inquietude ao anoitecer

São tudo sombras cintilantes
Fantasmas dançantes tolhidos de perigos
Não gosto!
Sossega e acalma-me
Deixa-me ser alma
na aurora dos meus próprios sentidos...

E ter-te...
ter-nos,
aqui,
em mim
eu e tu na mesma realidade
Não gosto...
De sentir esta inquietude na alma,
este pedaço torturante de saudade!