quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Triste canto

Sobe ao céu negro o teu canto
Em pranto, sobre ao negro céu um triste canto
E sobre um mundo adormecido
As sombras da tua sombra vão pairando
E eu, liberta da vida,
Á tua pouca vida me vou juntando.

Ao longe, um sopro, o vento
O canto de um pássaro que me assombra as esquinas do pensamento
E eu vou dançando, girando sem lamento
Já sem corpo jogado no caminho torto
Lançado ao eterno esquecimento

Esgotaram-se as palavras
Frente a frente dois olhares se tocaram
Duas bocas se beijaram sem qualquer dialogo mais
Palavras carnais...
Voaram dos nossos lábios tantas e tantas vezes mais

E, na noite
A minha sombra era a tua
E na minha alma se fundia toda a tua alma nua...

O toque a toque
O calor do toque que arrepia a pele
Num calor incendiante
Num desejo perturbante
Desse fogo que nos repele
E me desatina tão sem tento
A deixar marcado no teu corpo
O corpo do meu próprio sentimento

sábado, 4 de outubro de 2008

Engano

Esquece que te amo
Foi loucura
Aventura,
Engano
Que alimentei na candura de um momento insano
Tem pena de mim,
Não de ti
Se menti...

Atropela-me na tua fúria,
No choro da tua lamuria
Sou fraco,
Superficial,
insensato
Enquanto mato o meu tempo curto
Na estupidez de cada acto

E esquece quem procura o que em ti não vê nem sente
E que te mente e não sente
Nem o amor,
nem a dor
Nem a dor de um amor que dói
E assim, sem verdade,
nos destrói e não nos deixa viver
Enquanto eu luto para esquecer
Que esquecer-me não queres
E ainda me beijas
e desejas
e possuis
na intimidade do teu pensamento...
Por tudo isto...
Lamento!