Confundem-me quando dizem que determinada coisa é simples...
O mesmo sucede quando afirmam que determinada coisa é complicada.
Confundem-me simplesmente.
Nada é simples nem deixa de ser,logo, não creio que existam complicações mais ou menos complexas.
É como tentar resolver com uma equação um problema matemático que exige apenas uma conta de somar ou vice-versa.
Multiplicar-se-á problemas pelo tempo dispendido sem no entanto chegarmos a um resultado realmente válido.
Ou encaramos as coisas com objectividade e pomos de parte os superlativos,seguramente relativos do mais ou menos simples,ou escapar-nos-ao pequenos detalhes da maior importância e claro,do mais ou menos complicado ou surgirão inúteis e desnecessários pontos de interrogação onde já existe um a que será,indubitavelmente, mais urgente responder.
Pensem nisso...
Patrícia
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Viagem
Existem dias que não são dias.
Nem dias nem noites.
São bocado soltos de tempo em que não estou acordada nem a dormir,
em que existo minuto a minuto,
crua como uma folha de papel em branco.
Estou e não sou.
Apenas dentro do castanho dos meus olhos,
da coberta pálida da minha pele,
dos meus escravos caracóis negros
se pode sentir a dormência da minha essência retorcida
como um eremita bicho-de-conta
que não é da conta de ninguém.
Escolho,sem escolher efectivamente, a solidão
ou seja lá o que for esta vontade de estar em mim sem mim,
de costas voltadas para o que a vida desvenda e encerra
com um sentido de oportunidade notável.
Tal e qual o guarda-chuva que se esquece em dias de meteorológicas tormentas
e o que se traz teimosamente
quando as nuvens não se desfazem em rudes dilúvios lacrimais.
Existem estas invasões súbitas,
sem pedido de licença.
Ques com porquês,
porquês com para ques...
O que
Não estou.
Não sou.
Não hoje.
Já que chegaram sorrateiras,
as visitas indesejadas que se acomodem ou desacomodem.
Não estou longe nem perto de tudo e de ninguém
e demoro quase sempre muito nestas breves reticencias longas,
diz-se...
Mas há dias em que finjo morrer
para que se de enfim,
pela minha existência passiva.
Nem dias nem noites.
São bocado soltos de tempo em que não estou acordada nem a dormir,
em que existo minuto a minuto,
crua como uma folha de papel em branco.
Estou e não sou.
Apenas dentro do castanho dos meus olhos,
da coberta pálida da minha pele,
dos meus escravos caracóis negros
se pode sentir a dormência da minha essência retorcida
como um eremita bicho-de-conta
que não é da conta de ninguém.
Escolho,sem escolher efectivamente, a solidão
ou seja lá o que for esta vontade de estar em mim sem mim,
de costas voltadas para o que a vida desvenda e encerra
com um sentido de oportunidade notável.
Tal e qual o guarda-chuva que se esquece em dias de meteorológicas tormentas
e o que se traz teimosamente
quando as nuvens não se desfazem em rudes dilúvios lacrimais.
Existem estas invasões súbitas,
sem pedido de licença.
Ques com porquês,
porquês com para ques...
O que
Não estou.
Não sou.
Não hoje.
Já que chegaram sorrateiras,
as visitas indesejadas que se acomodem ou desacomodem.
Não estou longe nem perto de tudo e de ninguém
e demoro quase sempre muito nestas breves reticencias longas,
diz-se...
Mas há dias em que finjo morrer
para que se de enfim,
pela minha existência passiva.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Esboços
Pinto pequenos esboços numa tela nua,
num quadro em branco,
desenho na azáfama da rua
a redoma inquebrável
em que me tranco.
Das mãos sempre vazias
o pincel preenche um mundo,
improvisa emoção,
um punhado de utopia
onde afundo
bem no fundo,
os destroços da frustração.
Deste quadro,sei,
não rezará a história,
nem da minha historia se dirá primavera,
se a ansiedade impera no despontar de cada cor,
no desabrochar de cada flor
e a tinta esbate sobre um portão fechado,
duas asas inúteis de um espírito esventrado
por pequenos nadas ditos fúteis.
E o labirinto da minha alma
reflecte se num imenso rabisco
no quadro dos meus lamentos,
na espiral sem alimento,
de onde me alimento e subsisto.
num quadro em branco,
desenho na azáfama da rua
a redoma inquebrável
em que me tranco.
Das mãos sempre vazias
o pincel preenche um mundo,
improvisa emoção,
um punhado de utopia
onde afundo
bem no fundo,
os destroços da frustração.
Deste quadro,sei,
não rezará a história,
nem da minha historia se dirá primavera,
se a ansiedade impera no despontar de cada cor,
no desabrochar de cada flor
e a tinta esbate sobre um portão fechado,
duas asas inúteis de um espírito esventrado
por pequenos nadas ditos fúteis.
E o labirinto da minha alma
reflecte se num imenso rabisco
no quadro dos meus lamentos,
na espiral sem alimento,
de onde me alimento e subsisto.
Subscrever:
Mensagens (Atom)