sexta-feira, 26 de março de 2010

If our world...


If our world has nightward turned,
I shall ask the shuttered doors
For all that has been burned
In the fire of the silent hours.

The shadows now surrounding
Reply with distant echoes,
Muted voices igniting
The pain that,like water,flows

We harbour this illusion
Tides of invisible sea,
Grown lonely as it darkens
In this night that none can see.

The secrets of tears and hours
Where waves and rock are churned
Where once a country perished
If our world has nightward turned.

in'DRAMA BOX'

quinta-feira, 25 de março de 2010


Somos feitos de cinza
quando o pano negro do firmamento cai sobre o fulgor desmaiado dos dias.
Feitos de lava e suor
quando o vulcão mortífero ceifa,em êxtase,
a avidez indomável das horas eternamente efémeras
em que a constância de ambos os passos se sustiveram
e a infinidade dos sentidos se inspiraram e expiraram.
Mas é só quando a ebulição sádica onde sacrificámos a perversão do espírito
se fragmenta e adormece,que colidimos com o vazio e nos tornamos o abismo
quando tudo o que fica,fica deserto.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Divagações II

Durmo nas noites claras,nas dormentes insónias litigiosas que me desassossegam os meandros da consciência.
Estou sem paciência para ser conveniente e as beatas acumulam-se,uma a uma,nas bordas sujas de um cinzeiro roubado por nada numa casa de putas onde se vendiam,comprando,um bando de desgraçados a cheirar a perfume caro.
Afogo os pensamentos no canto de outras eras,no início de um século que findou,nas cigarrilhas,nos cabarets. Ah charme luxurioso que só meia dúzia de mulheres traz hoje impregnado na pele que a sensualidade não se adquire como se adquire meio quilo de peito ou uma peça de roupa em saldos.
Mas eu gosto de deambular pelas ruas labirínticas da vida e rir,sem culpa,do desfile caótica de tais camelos,da dança vaidosa e tortuosa dos saltos altos na calçada gasta.
Gosto de navegar á deriva neste rio sem leito e sem curso e encontra-los á beira de charcos saciando a mediocridade em caravanas zombies de onde medram superficialidades colectivas e as rugas áridas sufocam debaixo de uma camada pastosa de vergonha.
Tais embaraços que são face aos intelectos subdesenvolvidos,diante dos imperativos da vida adiados em pontos de interrogação sem retorno amotinados no consumismo a que vendem as almas sem identidade,os eus indefinidos á procura do próprio espírito nos convenientes pergaminhos ancestrais diluídos em Toras,Corões e Bíblias que Deus,Esse,tem bem mais que fazer.
Ópio legal,valha-nos isso,miragens...
Adiante que chego já a estar confusa com este aglomerado de palavras que nada disseram de útil ou que, na sua inutilidade incontestável,a quem não sabe ao que escrevo,não interessam de todo.
Críticas...
Ainda assim criei á volta do meu ocioso ser uma azáfama de papel e rascunhos amontoados na minha secretária poeirenta que as críticas,essas,também se ensaiam.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sublinham-se afectos remotos na clarividência das entrelinhas
onde as dissidências da linguagem repousam e delas
fazem berço as palavras que derivam do que sente e não se sabe dizer.
Reinventam-se então,á toa, metáforas circunstanciais,
comparações tresloucadas sobre o núcleo secreto que não se revela e
todos estranham,ficando preso a nós o âmago singular desta ebulição constante,
intacta e íntegra.
Nenhum poema é inútil ou estéril porém...
Nem sílaba alguma é oca ou seca desde que exista um propósito que os versos,conhecendo,não sabem personificar.