
Rara a tua tez rosada á luz trémula das velas,
tão rara quanto as tuas mãos impacientes
e o sussurro rouco de um velho rádio
á mesa posta do nosso amor.
Tão poucas vezes senti em ti fome de afecto,
de beijos sentidos
e os teus cinco sentidos á espreita
na esquina do teu coração fechado
fechando em meus poros desejos inconfessáveis.
Amiúde, foram sangrentas as nossas batalhas
e o sangue fresco derramado por dentro,
a guerra incessante, sem vencedor ou vencido,
a luxuria marginal,
a repressão decrepita das minhas vontades ás tuas,
por isso,
raro sei esse teu súbito desejo.
Porquê?
Porquê nómadas as tuas mãos ao meu corpo imberbe que ferve?
Porque agora, a esta hora tão tardia nas ruas sem gente e a gente vazia?
Acorrentas a teu corpo o meu coração
com a devassidão que te atinge...
Tão rara essa paixão..
Mas apressa-te,antes que a magia finde!!
Sem comentários:
Enviar um comentário