sábado, 24 de janeiro de 2009

Liberdade (?) II


Basta-me saber que não sou livre para o desejar ser!
E fui de facto, antes de ver a luz do mundo.
Fui, antes de conhecer outras pessoas (sabe-se lá se tão revoltadas quanto eu, se tão resignadas como eu própria me vou mostrando).
Fui, antes de ser incluída na linha de montagem humana que não desrespeita o regulamento extenso e interminável...
Normas... Leis... Directivas... Procedimentos e burocracias para que nenhuma "peça" saia do ritmo desejado e caminhe na mesma forma mecânica em direcção a um fim inevitável, certo e anunciado.

Liberdade?
Basta me saber que jamais a possuirei para partir ao seu encontro!
E se eu recusar a estabilidade ilusória que domina a sociedade?
Se me libertar das correntes que me tornam escravas do sentido de dever, do bem e do mal e quebrar o muro invisível que limita a vida?
Ficarei á margem do socialmente correcto, do socialmente aceite...
Se for diferente sou incompreendida...
Se sou incompreendida sou indiferente
E ainda assim, ainda assim (!), ao julgar-me livre, de preconceitos estigmas e ignorância, não serei decerto...
Como livre nenhum de nós será jamais!

Liberdade?
Doce ilusão dos homens...
Ao menos que nos console a anarquia do pensamento!

Sem comentários: