quinta-feira, 26 de março de 2009

(...)

Quantas noites mais caberão no breu infinito dos meus dias curtos em que só o brilho distante de possíveis estrelas me sossegarão destas tormentas intermináveis?
Quantas vezes mais me imolarei na espiral recta das lágrimas secas até sentir o sal fraco deste mar imenso que me banha o sangue, morrer nas montanhas agrestes da tua pele?
Duas mãos já não chegam para aparar as frescas cinzas petrificadas no aforismo dos acasos que me emudecem de frustração interior como se tudo fosse bonança nos trilhos já gastos dos meus e dos teus caminhos.
Quantas vezes mais terás de morrer em mim para em mim eu me ressuscitar e sentir viva (finalmente!) e não mais repousar no teu corpo o meu corpo deserto?
Diz-me apenas quantas vezes mais o abismo do teu lugar vago deixará em mim tal saudade e em delírio ficarei eu presa no mergulho profundo desse teu olhar azul, onde tudo se resumira a poesia, choro e esquecimento...

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